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TEMER COMPLETA DOIS ANOS NO PODER COM IMPOPULARIDADE EM ALTA E ECONOMIA CRESCENDO DEVAGAR

Redação - 12/05/2018 08:47 - Atualizado 12/05/2018

Eram 11h25 do dia 12 de maio de 2016. Vice-presidente da República, Michel Temer estava no Palácio do Jaburu, em Brasília, quando foi notificado sobre a decisão do Senado de abrir o processo de impeachment de Dilma Rousseff. Naquele dia, Temer tomou posse, nomeou os novos 24 ministros do governo (atualmente são 29) e fez o primeiro discurso como presidente em exercício em um dos salões do Palácio do Planalto.

Diferentemente dos presidentes eleitos, que discursam ao povo no parlatório do palácio, Temer se dirigiu a uma plateia formada majoritariamente por políticos convidados e afirmou que o Brasil vivia a “pior crise econômica” da história. Na ocasião, o recém-empossado presidente em exercício apontou a necessidade de proteger a Lava Jato contra “qualquer tentativa de enfraquecê-la”; disse que manteria os programas sociais; defendeu a urgência de fazer um “governo de salvação nacional”; e lembrou uma placa que viu em um posto de gasolina com a seguinte mensagem: “Não fale em crise, trabalhe”.

Passados dois anos desde o afastamento de Dilma (o impeachment só foi aprovado em 31 de agosto de 2016), Temer lidera um governo que ostenta queda da inflação e a redução da taxa de juros, mas que tenta lidar com o aumento no número de desempregados e com os altos índices de rejeição. Hoje, Temer conduz um governo alvo de denúncias da Procuradoria Geral da República (PGR), envolvido em crises políticas e no foco de investigações criminais.

Nove meses após tomar posse para o segundo mandato como vice-presidente, Temer afirmou num evento, em setembro de 2015, que seria “difícil” Dilma Rousseff aguentar mais três anos no Palácio do Planalto em razão da baixa popularidade. À época, ela tinha 8% de aprovação.

Temer assumiu a Presidência de maneira interina em maio de 2016 e no primeiro discurso afirmou que, para governar, precisaria do “apoio do povo”, que, por sua vez, precisaria “aplaudir” as medidas adotadas. Hoje, a aprovação do presidente, segundo o Datafolha, é de 6% – 70% consideram o governo ruim ou péssimo. Em recente entrevista, Temer afirmou que um publicitário disse a ele que “aproveite a impopularidade” para fazer as reformas necessárias ao país.

O presidente apontou como maior desafio “estancar o processo de queda livre na atividade econômica”. Em dois anos, Temer acostumou-se a badalar índices alcançados em sua gestão, como a alta do PIB em 2017 (1%) após dois anos de retração e as quedas da inflação e da taxa básica de juros (6,5% ao ano), a menor da série histórica do Banco Central, iniciada em 1986. No mercado de trabalho, contudo, o governo não conseguiu reduzir o número de desempregados, pelo contrário. Segundo o IBGE, quando Temer assumiu eram 11,4 milhões e hoje, 13,7 milhões.

No ano passado, o presidente foi denunciado duas vezes ao Supremo Tribunal Federal (STF) pela Procuradoria Geral da República (PGR). Os crimes: corrupção passiva, organização criminosa e obstrução de Justiça. As denúncias, baseadas nas delações da JBS, fizeram Temer viver seu momento mais dramático no governo.

Segundo o Ministério Público, numa conversa com o dono da empresa, Joesley Batista, Temer deu aval ao pagamento de dinheiro para a compra do silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha, o que o presidente nega. O encontro aconteceu no fim da noite, fora da agenda, e foi gravado por Joesley.

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