Prestes a fazer a última luta de seu contrato com o UFC – e, segundo o que ele mesmo vem dizendo, a última de sua carreira – Vitor Belfort apareceu no “media day” de quinta-feira, no hotel que abriga os lutadores do UFC Rio 9, já em clima de aposentadoria. Parecia mesmo aquele pai de meia-idade: chinelos e meias nos pés, caneca numa mão, cachorro pela coleira na outra, calças quadriculadas e um roupão, como se fosse sentar na varanda para tomar um café e ler o jornal.
– Joana falou: vai de roupão, que eu ando de roupão em casa, e vim fazer o meu trabalho. Hoje em dia vejo lutador que passa até maquiagem para vir. Eu queria vir normal, da maneira que eu sou, o Vitor sem make-up – explicou, ao ser perguntado sobre o visual.
De fato, foi um Vitor sem maquiagem que atendeu às dezenas de jornalistas que o cercaram, talvez pela última vez antes de uma luta de MMA. Belfort sempre gostou de deixar seus interlocutores na dúvida, e, sobre o futuro de sua carreira como lutador, não é diferente. Ele diz que o combate contra Lyoto Machida neste sábado é o último que fará, mas não afirma claramente o que vai fazer em seguida, exceto pela empreitada com suas academias, que ele já está tocando.
– Já falei, estou “available” (“disponível”). A partir de domingo, quem quiser me contratar, não só o UFC, se a Globo quiser me contratar, se quiserem que eu seja candidato à presidência da República, tem que ter os requisitos. Primeiro eu tenho que ter paixão; se eu não acreditar, não vou fazer. Estou entrando numa fase da minha vida que quero fazer aquilo que tenho autonomia, quero investir em coisas que acredito. Chegou esse momento da minha jornada – disse o atleta de 41 anos de idade, 22 como profissional no MMA.
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