O delegado Cleyber Malta Lopes saiu de Brasília para São Paulo para essa nova fase de depoimentos. A investigação faz parte de um inquérito que apura se o presidente Temer atuou para beneficiar uma empresa com a edição do chamado decreto dos portos. A Polícia Federal tenta montar um quebra-cabeça que começou em 2017, quando os delatores da JBS disseram que entregaram R$ 1 milhão de propina ao coronel da PM João Baptista Lima, amigo do presidente Michel Temer há mais de 30 anos. De lá para cá, a suspeita da investigação é que o dinheiro tenha sido usado para reformar a casa de Maristela.
Na quarta-feira (2), a Polícia Federal ouviu o arquiteto Carlos Roberto Pinto. Em junho de 2017, ao Jornal Nacional, ele disse que recebeu R$ 10 mil para dar entrada na prefeitura e cuidar da aprovação do projeto da reforma da casa, e que o pagamento foi feito por transferência bancária pela própria Maristela Temer. Na época, outro fornecedor – que não quis gravar entrevista – disse ao Jornal Nacional que pagou para Maria Rita Fratezi R$ 100 mil em dinheiro vivo. Outro fornecedor da obra será ouvido pelo delegado da Polícia Federal na sexta-feira (4).
O depoimento de Maristela Temer durou quatro horas e foi numa sala da Polícia Federal, no aeroporto de Congonhas. A escolha do local não foi à toa. Para que a filha do presidente Temer fosse ouvida nesta quinta, houve um forte esquema de segurança montado pela própria Presidência da República. Maristela entrou e saiu sem ser vista pela imprensa.