A equipe econômica da Argentina anunciou há pouco um conjunto de medidas para tentar conter a disparada do dólar em relação ao peso, incluindo a elevação dos juros para 40% e a redução da meta de déficit fiscal. Em coletiva conjunta na Casa Rosada, o ministro da Fazenda, Nicolás Dujovne, e o ministro de Finanças, Luis Caputo, disseram ter segurança de que essas modificações manterão a Argentina na rota de crescimento.
Nas últimas duas semanas, o Banco Central da Argentina elevou a taxa de juros em 12,75 pontos porcentuais, passando de 27,25% para 40%. A primeira intervenção, de três pontos, ocorreu na sexta-feira passada, e pegou os mercados de surpresa, uma vez que a reunião de política monetária havia sido encerrada dias antes e sem mudanças. Ontem, o BC agiu novamente, na mesma escala, mas o efeito no mercado cambial foi mínimo, levando a instituição a decidir por um aumento de 6,75 pontos porcentuais nesta manhã.
“Dependendo da duração desses juros altos, haverá um impacto no nível de atividade da economia, mas será menor do que o que haveria se nós ficássemos de braços cruzados”, disse Dujovne. A ação forçou o dólar a cair na abertura do pregão em Buenos Aires, passando de 22,24 pesos para a mínima de 21,01. No entanto, a moeda americana já volta a mostrar alguma recuperação. No comunicado sobre o aperto monetário, o BC reiterou que pode voltar a intervir, se necessário.
No conjunto de medidas anunciadas nesta sexta-feira, além da elevação de juros, o governo decidiu reduzir a meta de déficit fiscal para 2018 de 3,2% para 2,7%. As metas de inflação, no entanto, não foram alteradas: para este ano, é projetada uma inflação de 15%, para 2019, de 10% e, para 2020, de 5%.