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RESULTADO DA INDÚSTRIA CONFIRMA RECUPERAÇÃO MAIS LENTA DA ECONOMIA

Redação - 03/05/2018 11:15

O resultado da produção industrial do mês de março, divulgado nesta quinta (3) pelo IBGE, apontando queda de 0,1% na comparação com fevereiro, é mais um dado a confirmar a percepção de que a recuperação da economia perdeu tração neste primeiro trimestre. Desempenho que afeta também a expectativa para o resto do ano.

Na comparação com março do ano passado a indústria cresceu 1,3%. Nesse tipo de comparação também se constata perda de dinamismo. Em fevereiro havia crescido 2,4% e, em janeiro, 5,8%. No acumulado de janeiro a março, comparando com o mesmo período do ano passado, registrou-se crescimento de 3,1%. Nada espetacular.

Chama a atenção também a disparidade de desempenho entre as categorias pesquisadas pelo IBGE. Uma forte recuperação em bens de capital (máquinas, equipamentos, construção) e bens de consumo duráveis (automóveis, geladeiras, fogões, televisores). No caso de bens de capital, o crescimento foi de 8,3% na comparação com março do ano passado e de 10,8% de janeiro a março. Números que indicam aumento do investimento.

O aumento da produção de bens de consumo duráveis foi ainda melhor: 15,8% na comparação de março contra março e de 16,3% de janeiro a março. O desempenho frustrante está na produção de bens semiduráveis e não duráveis (que inclui roupas, calçados, alimentos). Queda de 1,7% na comparação com março do ano passado e crescimento de apenas 0,8% de janeiro a março.

A diferença de desempenho entre a produção de bens duráveis e não duráveis é um indicativo de como uma recessão profunda e prolongada, como a que passou a economia brasileira de 2014 a 2016 (queda acumulada da ordem de 8%), castiga mais os segmentos de menor renda da população.

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