De 10 a 11 de maio, o teatro Dona Canô, na cidade de Santo Amaro, localizada no Recôncavo Baiano, será palco do “Iº Fórum de Fortalecimento do Bembé do Mercado de Santo Amaro – Processos para a construção das Diretrizes do Plano de Salvaguarda”. A ação, uma iniciativa da associação dos terreiros de candomblé da região, visa promover a conscientização sobre a importância da preservação da manifestação cultural Bembé do Mercado, que este ano comemora 129 anos de existência.
O Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC), responsável pelo registro do Bembé do Mercado como Patrimônio Imaterial da Bahia, decreto estadual nº 14.129/2012, foi convidado para participar do fórum e será responsável por discutir o ‘plano de salvaguarda’ do Bembé. De acordo com a gerente de Patrimônio Imaterial do IPAC, Nívea Alves, trata-se de uma ação com metas, objetivos, regras e ações de proteção a curto, médio e longo prazo que será construída e pensada em conjunto, pelos proponentes e sociedade civil. “O nosso objetivo é contribuir para a continuidade e sustentabilidade dessa importante manifestação. Será também um momento importante para que a gente fale sobre o processo de registro do Bembé como patrimônio cultural do Estado”, destaca Nívea.
Para o líder religioso do terreiro Ilê Axé Oju Onirê, Pai Pote, que participa da festividade Bembé do Mercado há, pelo menos, 30 anos, a realização deste fórum já era um anseio de muito tempo. “As pessoas devem ter o conhecimento que o Bembé, para além de um candomblé de rua, é um sinal de resistência, é a afirmação do povo negro. Esse fórum vem fortalecer e consolidar essa manifestação que deve ser passada de geração em geração, a nossa expectativa é de um público de aproximadamente 500 pessoas”, explica Pai Pote.
Além de palestras, o fórum também reunirá exposições, grupos de trabalhos e apresentações artístico-culturais.
Confira a programação:
10 de Maio de 2018
08:hs Credenciamento – Boas Vindas
09h Solenidade de abertura/ Mesa de Abertura
09h30 Palestra: O Processo de Registro Estadual do Bembé do Mercado: As ações do IPAC.
10h Palestra: Direitos Humanos e Igualdade Social e o povo de santo, SEPROMI.
10h30 Palestra: Ações de Salvaguarda de Terreiro de Candomblé – IPHAN.
11h Plenária inicial
12h Almoço
14h Formação dos Grupos de Trabalhos
Comunidade de Terreiros e economia solidaria/ Trabalho e Desenvolvimento.
Comunidade de Terreiros/ Educação
Comunidade de Terreiros/Saúde
Comunidade de Terreiros/Turismo
Cultura/Manifestações associadas à celebração: samba, capoeira, maculelê dentre outras e o Bembé do Mercado
Comunidades de Terreiros e Direitos Humanos, Justiça e Segurança Pública
Comunidades de Terreiros e meio ambiente
Politicas de Promoção de Tolerância Religiosa (pensa esse tema como aspecto geral, pois envolve a todos)
Diretrizes para a construção das discussões dos Grupos de Trabalho
17h30 Sistematização das discussões dos Grupos de Trabalho
19h Apresentação de artístico-cultural.
11 de Maio de 2018
08h Alinhamento das ações do dia anterior
09h Palestra: Bembé do Mercado Patrimônio Cultural e Turismo Étnico SETUR;
09h30 Palestra: Ações Patrimoniais ligados aos vegetais e terapêuticas em terreiros de candomblé – UESC
10h Intervalo
10h30 Exposição dos debates por Grupos de Trabalho
12h às 14h Almoço
14h às 17h Grupos de Trabalho (Exposição dos debates por grupo Grupos de Trabalho)
17h às 18h Sistematização
19h Encerramento Solene
20h Programação Cultural
Bembé do Mercado – A festa
O Bembé do Mercado, que neste ano será realizada de 09 a 13 de maio, é uma grande celebração da cultura negra que acontece desde o final do século XIX quando um grupo de negros reuniram-se em praça pública para comemorar a Abolição da Escravatura, no município de Santo Amaro da Purificação.
Além dos rituais religiosos, acontecem apresentações de capoeira, maculelê, samba de roda, nego fugido, puxada de rede e um grande cortejo. As manifestações, que tem a sua culminância com a entrega dospresentes presente à Mãe d’Água, na Praia de Itapema, unem música e teatro num resgate à cultura dos antepassados africanos que viveram na região.