Por: Luiz Souza
O mercado baiano encerrou o mês de abril com o preço médio do litro da gasolina cotado a R$ 4,259, de acordo com o levantamento semanal de preços divulgado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). O resultado aponta a uma majoração de 14,5% ante julho do ano passado, quando a Petrobras mudou a forma de remunerar os preços do combustível, repassando ao consumidor, em reajustes diários nas refinarias, aas oscilações do barril do petróleo no mercado internacional.
Ainda que possa parecer impressionante a escalada de preços da gasolina, o desempenho do mercado baiano ficou abaixo da média nacional, que teve alta de 20%, seguindo a mesma base de comparação. Quando comparada à inflação do período, os reajustes nos preços da gasolina se tornam ainda mais impressionantes. Nos últimos 12 meses, a inflação captada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 2,68%, contra a cotação da gasolina que chegou a subir quase sete vezes mais.
A explicação para a escalada de preços encontra-se nas agruras pelas quais passam a Síria e a Venezuela, alguns dos principias países produtores, associadas a constantes reduções de volumes produzidos na Arábia Saudita. Além disso, os preços do barril de petróleo no mercado internacional têm se recuperado, em função do crescimento da economia mundial.
O diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires, ponderou em entrevista ao Jornal Bom dia Brasil, da Rede Globo, que grande parte do preço da gasolina é composta por impostos estaduais e federais e questionou o modelo de repassar integralmente as oscilações do mercado internacional ao consumidor, sem que haja uma redução da carga tributária como forma de compensar os altos reajustes.
Em nota enviada à reportagem do Bahia Econômica, o Sindicato do Comércio de Combustíveis, Energia Alternativa e Lojas de Conveniência do Estado da Bahia (Sindicombustíveis/Ba) evitou comentar a questão diretamente, enfatizando apenas a liberdade do mercado e a competição pelo consumidor, com a oferta de melhores preços. De acordo com a instituição: “[cabe] a cada distribuidora e ao posto revendedor decidir se irá repassar ou não ao consumidor o reajuste da Petrobras. O sindicato reafirma que não interfere no mercado, respeita a livre concorrência e ressalta que a revenda não pode ser responsabilizada por alterações no preço ocorridas em outras etapas da cadeia do setor de combustíveis”.
Enquanto isso, os postos apostam em promoções agressivas para atrair o consumidor, como a verificada no início da tarde de ontem, no Posto Shell da Avenida Tancredo Neves, com preço da gasolina a R$ 3,890, o que chegou a formar um breve engarrafamento na região.