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A ERA DA INCERTEZA: ECONOMIA AVANÇA, MAS AINDA PATINA POR CONTA DAS INTERROGAÇÕES QUANTO ÀS ELEIÇÕES DE 2018

Redação - 30/04/2018 17:17 - Atualizado 30/04/2018

Após mais de dois anos chafurdando na maior recessão da sua história, a economia brasileira ainda pena para engrenar um ritmo de crescimento mais robusto. A recessão parece ter ficado para trás, mas o tempo das vacas magras ainda persegue o país, como um monstro de filme de terror, olhado pelo retrovisor.

Diante das incertezas decorrentes da eleição presidencial, a retomada dos investimentos vem perdendo fôlego e as perspectivas de crescimento da economia brasileira enfraquecendo. De acordo com o relatório Focus, divulgado hoje (30/04), a estimativa de crescimento da economia brasileira caiu 0,9% em relação a quatro semanas. Já a previsão para o próximo ano se manteve em 3,00% pela 13ª semana consecutiva.

A opinião mais difundida dentre os economistas é de que o investimento volte esse ano, o que deve ocorrer por conta de uma base de comparação deprimida: desde o início da crise, os investimentos na economia brasileira recuaram 30%. “Toda essa incerteza já está atrapalhando os investimentos”, afirma o pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), Pedro Costa Ferreira, em entrevista ao G1.

A incerteza quanto aos rumos do país no contexto das eleições de 2018 tem gerado estresse no mercado, que responde entre os extremos da desconfiança e do pessimismo. O Indicador de Incerteza da Economia (IIE), detectado pelo Ibre, subiu 5,5 pontos percentuais em abril, para 113,2 pontos. Considerando o período acumulado desde março, o IIE/FGV acumula alta de 10,7 pontos. O mais grave é que, com o aumento recente, o indicador passou para o patamar de incerteza elevada, mesmo quadro apurado entre 2015 e 2017, período no qual o Brasil enfrentou o auge da crise política e da recessão.

O mercado baiano acompanha a tendência, conforme é possível verificar a partir do Indicador de Confiança do Empresariado Baiano (ICEB), índice que avalia as expectativas das entidades representativas do setor produtivo do estado, calculado pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI). Em fevereiro, dado mais recente, o ICEB apresentou quadro de maior pessimismo comparativamente ao observado no mês anterior, marcando – 33 pontos no mês de fevereiro, piora de 19 pontos em relação ao registrado em janeiro (-14 pontos). Os dados apontam que a expectativa geral do empresariado baiano continuou na zona de Pessimismo Moderado – completando 18 meses seguidos nessa região, apontam os dados apurados pela SEI.

A inflação ainda não volta a assustar, mas, conforme o relatório Focus, o mercado aumentou pela quinta semana consecutiva a mediana das projeções para a inflação oficial nos próximos 12 meses, agora para 4,08%.

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