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DIA DO ÍNDIO: AMAZONENSE QUE FEZ VAQUINHA PARA ESTUDAR CONTA TRAJETÓRIA ATÉ UNB

Redação - 19/04/2018 10:35

Primeira indígena do povo Paumari – aldeia no sul do Amazonas – a entrar em uma universidade, a estudante de direito Ingrid Rodrigues, de 20 anos, tem sonhos ainda mais altos: ser a primeira indígena do país a se tornar juíza. Cursando o primeiro semestre na Universidade de Brasília (UnB), a jovem contou com o apoio de uma vaquinha na internet para juntar o dinheiro e, então, pegar dois voos do Norte do país até Brasília. Não fosse a ajuda da rede de amigos, a opção seria encarar seis dias de barco pelo rio Purus até Manaus e, de lá, mais três horas de viagem aérea até a capital do país.

Na primeira viagem para fora de Lábrea – cidade amazonense com 38 mil habitantes –, e sem conhecer ninguém na região central do país, Ingrid diz ter trazido na mala um misto de vontade, sonhos e incertezas. Parte da aventura, ela contou ao G1 na semana marcada pelo Dia do Índio (19). “Minha meta é terminar o curso, mas não quero voltar para minha aldeia só como advogada. Quero algo com um peso maior, como uma juíza, vim com esse sonho.”

Apesar do sucesso na primeira parte da jornada, a estudante conta que, em apenas um mês de aulas, as dificuldades já apareceram. Filha de um professor e de uma recepcionista, Ingrid diz ter dinheiro para se manter na universidade até o fim deste mês. Acolhida por uma outra estudante indígena, ela aguarda o resultado de uma seleção para receber o auxílio-moradia da UnB. A lista de convocados deve ser publicada na próxima terça-feira (24).

A dificuldade em se manter na universidade é apenas mais uma na jornada da jovem dedicada a concluir o curso de direito. Para ela, se tornar juíza e voltar para aldeia onde vivia é a meta principal.

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