O presidente do Palmeiras, Maurício Galiotte, apareceu revoltado diante dos microfones depois da perda do título para o Corinthians, neste domingo, na arena alviverde. O mandatário do clube atacou a arbitragem, a quem acusou de usar interferência externa, usou termos fortes e chamou o campeonato de “Paulistinha”.
– O que tenho que declarar é muito simples: o que aconteceu aqui hoje é uma vergonha, um exemplo muito ruim que o futebol brasileiro dá. Interferência externa não é esporte. Não ganhamos a partida, porém houve interferência externa. O que o Palmeiras acha disso tudo? Que é uma vergonha! Campeonato estragado, jogado no lixo. Respeitamos o adversário, mas ninguém precisa passar por isso. Nem Palmeiras nem Corinthians nem outros clubes. O que digo ao torcedor palmeirense é: esqueçam o campeonato. O Palmeiras é muito maior do que o paulistinha. Nós vamos brigar por coisas grandes. Não vamos ficar preocupados com uma situação absolutamente vergonhosa – disse Galiotte.
A irritação do dirigente é com o pênalti que a arbitragem marcou para o Palmeiras, de Ralf em Dudu, e depois voltou atrás. Ele viu “interferência externa” na conversa da arbitragem, com participação do quarto árbiro, para mudar a marcação.
“ O que esse senhor fez hoje aqui foi uma vergonha. Depois de marcar a penalidade, ele teve uma reunião dentro de campo. Uma reunião! E aí o pênalti foi simplesmente anulado. Uma vergonha para nós, para o futebol brasileiro, para nós dirigentes. O que esperamos do futebol? Cobramos dirigentes, atletas, treinador, e agora? Como a gente faz? O que eu falo para meus jogadores no vestiário? É uma situação que revolta. Acabou o campeonato, o que podemos fazer é treinar e pensar na Libertadores. Um campeonato que não existiu, foi jogado na lata do lixo. Pergunto a algum de vocês se discordam de mim. Alguém discorda que não foi uma vergonha? Eu quero debater”.
“Vamos treinar, esquecer Campeonato Paulista, Federação Paulista, e treinar para a Libertadores. O objetivo do Palmeiras é muito maior, temos os atributos de uma grande equipe, uma torcida apaixonada, um grande elenco, uma arena, uma condição financeira equilibrada. O Palmeiras é muito maior do que aconteceu hoje aqui. Não foi usada a regra aqui hoje. Foi interferência externa. Eu estou dizendo que o quarto árbitro interferiu. Lá de trás ele olhou, depois de cinco minutos. Eu preciso contratar, pagar imposto, fazer um trabalho sério, planejar. Não sou eu que apito jogo.”
Em protesto contra arbitragem e Federação Paulista, o Palmeiras decidiu não enviar representantes para a festa de premiação aos melhores do campeonato, nesta segunda-feira.
As declarações devem criar problemas a Galiotte. O presidente do TJD (Tribunal de Justiça Desportiva) de São Paulo, Antonio Olim, afirmou que deve convocá-lo para uma conversa.