Em reunião no Palácio do Jaburu neste domingo, o presidente Michel Temer tratou principalmente de reforma ministerial. Além de bater o martelo sobre os principais nomes de sua equipe econômica – com Eduardo Guardia no Ministério da Fazenda, Esteves Colnago no Planejamento e Dyogo Oliveira na presidência do BNDES – o presidente discutiu mudanças nas áreas de Minas e Energia, Desenvolvimento, Educação e Ciência, Tecnologia e Comunicações. Segundo participantes do encontro, foi aventado o nome de deputado Carlos Melles (DEM-MG) para suceder Mendonça Filho na Educação. O atual ministro deixará o cargo esta semana para concorrer nas eleições.
Esse também o caso de Fernando Coelho Filho, que sairá da pasta de Minas e Energia para ser candidato. Uma possibilidade é que o secretário-executivo, Paulo Pedrosa, assuma o ministério, mas ainda não há definição. O governo tem especial preocupação com a área de Minas e Energia porque quer tentar concluir o processo de privatização da Eletrobras – que é cercado de resistências políticas – ainda este ano.
Também houve conversas sobre uma mudança no comando do Ministério do Desenvolvimento, atualmente conduzido por Marcos Jorge. Ele era secretário-executivo e assumiu o cargo depois que Marcos Pereira pediu demissão no início de janeiro. Segundo interlocutores do presidente Michel Temer, o governo estuda mudanças no Desenvolvimento porque quer turbinar a agenda de política industrial. Também foram discutidas possíveis mudanças na pasta de Ciência, Tecnologia e Comunicações, uma vez que o atual comandante, Gilberto Kassab, também sinalizou que poderá sair para concorrer a algum cargo no governo de São Paulo.
O presidente conversou com Dyogo Oliveira, que vai deixar o Ministério do Planejamento para assumir o BNDES. O atual presidente do banco, Paulo Rabello de Castro, vai se candidatar à presidência pelo PSC. Ao deslocar Oliveira para a instituição, o Planalto quer fortalecer o BNDES, que tem sido alvo de polêmica na gestão de Paulo Rabello.
Temer pediu que Oliveira direcione a atuação do banco para algumas áreas prioritárias: pequenas empresas, infraestrutura, inovação e comércio exterior. O presidente também pediu que o novo presidente aprofunde o relacionamento do banco com mercado privado. O BNDES não receberá mais recursos do Tesouro Nacional para atuar no mercado e assim terá que buscar outros instrumentos de captação de recursos.