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PRIVATIZAÇÃO DA PETROBRAS “NÃO ESTÁ EM QUESTÃO”, DIZ FUTURO PRESIDENTE DA COMPANHIA

Redação - 19/11/2018 20:06

O economista Roberto Castello Branco disse que a privatização da Petrobras “não está em questão”. Ele foi anunciado pelo presidente eleito Jair Bolsonaro como presidente da companhia no futuro governo. Ele disse, em entrevista à Folha, que pretende reforçar o foco nos investimentos para a exploração e produção de petróleo do pré-sal.

O economista defendeu ainda a manutenção da política de preços internacionais dos combustíveis e a redução da presença da estatal no setor de refino. O executivo, porém, tranqüilizou o mercado ao dizer que não pretende “nenhuma guinada espetacular” com relação à gestão atual.

“A privatização da companhia não está em questão. Não tenho mandato para pensar nisso”, disse Castello Branco. A ênfase no posicionamento decorre de declarações anteriores, dado que o economista já manifestou publicamente defesa de privatização da Petrobras. Ele não descartou, porém, a saída de áreas hoje consideradas estratégicas, como a distribuição de combustíveis.

Nesse sentido, o discurso do futuro presidente da companhia opera em linha com o do presidente eleito, visto que, em entrevista na tarde de hoje (19/11), Bolsonaro repetiu que a Petrobras pode ser privatizada “em partes”, mas disse não ser inflexível a opiniões de sua área econômica. Castello Branco foi indicado pelo futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, e deve se encontrar com o presidente eleito nesta terça (20), em Brasília.

O futuro presidente da Petrobras disse que o foco atual, de concentrar esforços na produção do pré-sal, “não só será mantido mas reforçado”. “Precisamos aproveitar essa riqueza enquanto há tempo. Em algumas décadas, o petróleo perderá a relevância que tem hoje”, argumentou. A área de exploração e produção, diz, é “o coração da empresa”.
Castello Branco não quis adiantar medidas, alegando que “ainda não passou na porta da Petrobras”, mas sinalizou que os planos de vender refinarias serão mantidos. Ele argumenta que a competição no refino é positiva para o consumidor, inclusive quando se trata de preços dos combustíveis.

“O que está sendo feito [a política de preços alinhados às cotações internacionais] é a coisa certa. Inclusive, os preços no Brasil estão dentro da média mundial”, disse. “O que está errado é uma única empresa controlar 98% da capacidade de refino do país”.

“O fato de ter um único agente no mercado permite que algumas pessoas exerçam o monopólio”, argumentou, citando os períodos de preços defasados nos governos petistas, que geraram prejuízos à estatal e ao setor de etanol. “É melhor que o preço [dos combustíveis] seja determinado por condições de mercado.”

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