VOCÊ SABE O QUE É ESPASTICIDADE?

Apesar do Dia Mundial do AVC ter sido lembrado no dia 29 de outubro, a conscientização em torno da condição continua, visto que 2.648 baianos morreram em função da condição de janeiro último até 11 de outubro deste ano, segundo dados da Secretaria de Saúde do Estado (Sesab). Uma das sequelas mais comuns, a espasticidade é um distúrbio frequente nas lesões congênitas ou adquiridas do sistema nervoso central. Com potencial incapacitante, a condição pode produzir dificuldades funcionais, deformidades e dor, e possui tratamento a partir do uso da toxina botulínica.

De acordo com a neurologista da Clínica Neuroliv, Roberta Kauark, a espasticidade pode ocorrer no acidente vascular cerebral, além do traumatismo crânio encefálico, na lesão medular e na paralisia cerebral, podendo estar presente também em neoplasias do sistema nervoso, em doenças heredo-degenerativas e desmielinizantes.

“A condição se caracteriza por um aumento do tônus muscular e exacerbação dos reflexos, que se acentuam quando há maior velocidade ou resistência no movimento. A espasticidade também dificulta o posicionamento adequado do indivíduo, podendo interferir em atividades da vida diária, como alimentação, vestuário, higiene, transferências e locomoção. Quando não tratada, pode levar à contraturas, rigidez, luxações, dor e deformidades”, aponta.

Já o diagnóstico da condição pode ocorrer através do exame físico, quando o médico gradua o tônus muscular, com níveis que variam do tônus normal à rigidez a partir da resistência muscular. “Também pode ser feito uso da goniometria, testes de habilidades de membros superiores, escalas funcionais que demonstrem a interferência nas atividades de vida diária, presença de dor e avaliação quantitativa de força muscular”, explica a neurologista.

Tratamento – O tratamento envolvendo a toxina consiste na aplicação da substância no músculo ou glândula afetada e já se pode observar resposta terapêutica após alguns dias da aplicação. “A toxina botulínica terapêutica é a mesma droga, a mesma medicação usada para estética, popularmente conhecida como botox. Ela é utilizada para relaxar musculatura, então usamos em doenças que ocasionam o aumento da função de uma determinada musculatura e que atrapalhe o indivíduo”, conta Kauark.

Conforme a especialista, a espasticidade é uma das condições para qual o tratamento envolvendo a toxina botulínica é recomendado. Como já indicado, a espasticidade ocorre em lesões neurológicas diversas, como o Acidente Vascular Cerebral (AVC), Esclerose Múltipla, traumatismos cranianos, entre outras. “Ela também ocorre em tumores, acidentes que lesam a medula na coluna, que levam a paraplegia ou a tetraplegia. A gente trata aquela musculatura com o tônus aumentado, para otimizar a reabilitação, facilitar cuidados, diminuir chance de dor e deformidades osteoarticulares”, observa a neurologista.