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ARMANDO AVENA: É HORA DE GASTAR SEU 13º SALÁRIO

Redação - 18/11/2018 19:34 - Atualizado 18/11/2018

Consumir é bom, poupar é um sacrifício, dizem os marginalistas.  Assim, para que alguém adie o consumo imediato e destine seu dinheiro à poupança é indispensável que haja uma compensação: os juros. Quanto maior a taxa de juros, maior a vontade de poupar.  Além de ser um sacrifício, a poupança é um risco, pois como somos mortais, ao renunciar ao consumo imediato, corremos o risco de morrer e não consumir nunca mais. Por isso, leitor, pense duas vezes, antes de decidir o que vai fazer com seu décimo- terceiro, que começará a ser pago no próximo dias 20. Ao receber o dinheiro, no entanto, a escolha não poderá ser apenas entre consumir ou poupar, antes será preciso ver a situação específica de cada um em relação à sua posição no mercado. Assim, se o trabalhador está endividado, é imperativo que use essa receita adicional para pagar suas dívidas e limpar seu nome para voltar ao mercado com seu crédito restabelecido. Por outro lado, se o trabalhador não estiver endividado e for precavido, deve reservar o 13o salário, ou parte dele, para as inevitáveis despesas que sempre ocorrem no início do ano, como a matrícula dos filhos, a compra de material escolar, o pagamento do IPTU e IPVA e outras tantas. Pode ainda, no terreno da prudência, e no longo prazo, usar o recurso para contratar ou incrementar um plano de previdência privado, especialmente o  PGBL que permite o desconto no Imposto de Renda do próximo ano.

Mas, se o consumidor não se alinha a nenhum desses casos, tem no décimo-terceiro uma receita extraordinária e vê-se frente a escolha entre a poupança ou o consumo, a recomendação é uma só: é hora de consumir. Não é uma recomendação trivial, especialmente num país como o nosso, sujeito a chuvas e trovoadas na economia, mas, apesar disso, o cenário econômico é bom para quem quer e pode consumir. Em primeiro lugar, essa é a primeira vez nos últimos três anos em que as expectativas econômicas são positivas, a incerteza na economia diminuiu, a inflação está em baixa, o emprego está crescendo e a nova equipe econômica parece confiável. Ou seja, após dois anos de brutal recessão, onde a ordem era não gastar, o que se vê agora é perspectiva de crescimento da renda e do emprego, o que torna o consumo uma possibilidade efetiva. Além do clima de otimismo, propício ao consumo, as condições do mercado financeiro não estimulam a poupança e a rentabilidade das aplicações estão tão baixas que não estimulam a poupança e já não faz muito sentido a tradicional recomendação de poupar agora, para aumentar o capital e assim consumir depois. Neste momento, o sacrifício de poupar não está sendo compensado por juros atrativos e a incerteza política foi reduzida, assim, quem não precisa do décimo-terceiro para pagar dívidas ou despesas vencidas e a vencer, esqueça a poupança e vá às compras, adquira o produto que lhe seduz, faça a viagem que adiou ou dê o presente que lhe fará feliz. E o melhor é que ao optar pelo consumo, o trabalhador estará estimulando o crescimento da economia, fazendo girar a roda da renda e do emprego e estimulando a retomada da produção e dos serviços em vários segmentos.

                                                      OLHO NOS TERRENOS

O mercado imobiliário não tira o olho de dois terrenos considerados top de linha em Salvador e cuja propriedade é  do poder público. Um deles é o terreno onde está localizado o Detran e a Rodoviária, exatamente no meio do mais importante centro financeiro e econômico da cidade. O Detran já está em processo de transferência e o governo já anunciou a construção de um nova rodoviária em Águas Claras.  O outro terreno é do Centro de Convenções, no jardim Armação, que o governo pretende demolir. Em relação a área do Detran, o local é especial para a construção de um equipamento urbano como uma praça ou um parque que daria qualidade urbana e ambiental ao novo centro de Salvador. Outros equipamentos próprios de uma cidade turística também seriam bem vindos no local.  Já o Centro de Convenções é um patrimônio arquitetônico da Bahia, irmão quase gêmeo do Centro George Pompidou em Paris, e não deveria ser demolido, mas recuperado. Nessas áreas, o uso imobiliário deveria ser descartado, afinal, são locais propícios para projetos que beneficiem toda a população.

                                                           PREFEITURA DE FEIRA

As eleições para Prefeitura de Feira de Santana em 2020 prometem ser das mais disputadas da história do município. Embora ainda seja cedo para qualquer especulação,  já há nomes mais ou menos postos para o pleito. Um deles é o de José Ronaldo, do DEM, quatro vezes prefeito da cidade e que está sem mandato após perder a eleição para govenador. Outro nome de destaque é o de Dayane Pimentel, a 4ª deputada mais votada da Bahia, presidente do PSL no Estado, e muito próxima do presidente eleito Jair Bolsonaro. O PT, que jamais conseguiu alcançar a Prefeitura de Feira de Santana deve tentar chegar ao poder executivo municipal com Zé Neto, deputado eleito mais votado na cidade com cerca de 50 mil votos, 18% do total.  O atual prefeito Colbert Martins também pode concorrer a reeleição, mas faz uma administração sem brilho e até o momento não conseguiu se desvencilhar da imagem de que está apenas completando o mandato de Zé Ronaldo. Muita água vai rolar até 2020, mas  de um modo ou de outro  Feira de Santana estará no centro da disputa política na Bahia.

                                                     ESCOLA SEM PARTIDO

O presidente Jair Bolsonaro precisa aproveitar sua lua-de-mel eleitoral para focar na aprovação de projetos na área econômica e de desburocratização que possam fazer o país deslanchar o crescimento. Mas existe uma armadilha posta: a discussão de projetos polêmicos capazes de mobilizar setores da sociedade e jogar fel na lua-de-mel do presidente com a nação. Um desses projetos é o famigerado Escola Sem Partido que supostamente pretende impedir a doutrinação nas escolas, mas que, na verdade, deseja impedir a diversidade de pensamento. É um projeto inexequível, afinal quem vai controlar o que o professor diz em sala de aula? Os próprios alunos? Câmaras de vídeos?  O máximo que esse projeto pode conseguir é fazer da escola um palco de guerra, com alunos denunciando professores e fotografando quadros-negros e outros absurdos mais. Mas com certeza terá ter o efeito colateral de mobilizar toda a juventude e as universidades gerando manifestações contra Jair Bolsonaro. Seria um erro se o presidente eleito desviasse o foco econômico para esse tipo de projeto que pouco contribui para o país.

                                                        RESULTADOS DE SETEMBRO

A queda de 1,3% nas vendas do comércio em setembro refletiu a incerteza do momento eleitoral. Quem não sabe o que vai acontecer no futuro, poupa. Mas no acumulado do ano, as vendas no comércio superam de longe o mesmo período de 2017 e devem se ampliar no último trimestre do ano.

 

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