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MÔNICA BAHIA (PSDB) VICE NA CHAPA DE ZÉ RONALDO

Redação - 24/09/2018 08:00 - Atualizado 24/09/2018

A candidata a vice-governadora na chapa de Zé Ronaldo (DEM), a médica Mônica Bahia (PSDB), tem o perfil de uma mulher forte, de opiniões contundentes. Pode-se discordar da candidata, mas dificilmente alguém passa incólume à força dos seus argumentos, exposta em frases curtas, objetivas, sem muita divagação. Mônica vai direto ao ponto: “Nós vivemos num dos estados onde menos se investe em saúde”, prosseguindo com uma das principais críticas da oposição ao governo Rui Costa (PT): a fila da regulação.

Quando o assunto é a violência urbana, Mônica igualmente não segue o roteiro tradicional dos candidatos de evitar a polêmicas – ela é favor da revogação do estatuto do desarmamento, e embasa tal opinião em critérios, citando os determinantes presentes no Projeto de Lei que preveem que, para ter direito ao porte de arma, o cidadão deva cumprir determinados pré-requisitos, como treinamento e avaliação psicológica. Porém, essa medida está longe de ser tomada como algo isolado no combate á violência. A questão, como Mônica Bahia considera, é muito mais complexa.

BE – Candidata, a sua presença na chapa de Zé Ronaldo (DEM) tem sido questionada  em ação na Justiça Eleitoral, referente a uma suposta perda de prazo. Como tem lidado com a situação?

A jurisprudência está do nosso lado. Não houve perda de prazo. Os nossos advogados estão acompanhando o assunto e estamos tranquilos.

BE – A questão da segurança pública tem sido recorrente nos debates da campanha. Uma das questões sobre o assunto tem sido a questão da revogação do estatuto do desarmamento, perspectiva à qual a senhora é favorável. 

A Bahia é o estado onde mais se mata no Brasil, em 2016 houve esse estudo e a Bahia foi o estado no qual houve mais homicídios, em 2017 a situação se repetiu. É uma situação de intensa violência. O Brasil é um dos países mais violentos do mundo. O problema da violência é um problema multifatorial e resolver essa questão é uma situação complexa. Não se resolve apenas com uma única ação isolada.

BE – Os defensores da revogação do estatuto do desarmamento têm sido estigmatização sob a alegação de que defendem que bastaria entregar uma arma a cada pessoa como forma de lidar com a questão da violência.

Em nenhum momento foi dito nem por mim nem por ninguém que defenda a revogação do estatuto do desarmamento que simplesmente armar a população seja a solução.

BE – Então, qual o caminho para a solução do problema. Como podemos lidar com a questão?

A solução é múltipla. Trata-se de aumentar contingente policial, investir em inteligência, tomar conta das fronteiras, diminuir a sensação de impunidade, revendo nossas leis. A gente não pode viver num país no qual 90% dos homicídios não são elucidados. E ter uma arma, ou, melhor, ter o direito ao uso de uma arma, o que não é uma obrigação, é a nossa última fronteira de defesa. Quando o estado falha, eu quero ter a minha possibilidade de me defender. Porém, isso é uma coisa voluntária, tem quem quer, e, lógico, tem que haver critérios. O PL do Peninha [refere-se ao PL 3722, do deputado Rogério Peninha Mendonça – PMDB/SC]  determina tais critérios. Você não pode ter ficha criminal, não pode estar sendo investigado por nenhum crime, tem idade mínima, avaliação psicológica e treinamento. Os melhores estudos do mundo mostram que o cidadão de bem armado, mas qualificado e treinado, cria uma ação de inibição da criminalidade e mulheres, também, armadas, diminuem o número de estupros.

BE – A saúde tem sido um aspecto igualmente questionado pela chapa de Zé Ronaldo, com especial ênfase sua, que é médica, e, portanto, lida com o tema no seu cotidiano. 

Nós vivemos num dos estados onde menos se investe em saúde. São apenas os 12% obrigatórios pela constituição e isso é insuficiente. Nós tivemos uma redução de mais de três mil leitos nos últimos anos, num momento em que a população cresceu e empobreceu, pois vivemos num dos estados de maior desemprego no país e todas essas pessoas desaguaram no sistema público, pois perderam seus convênios ou não conseguiram mais pagar seus planos de saúde. E o que acontece? – houve uma desestruturação da assistência à saúde nas cidades do interior. Isso é visto muito claramente nas nossas viagens de campanha, em como a saúde do interior está desassistida. Isso fez com que as pessoas, no sistema de regulação, que é a solicitação de transferência para unidades hospitalares com tratamento mais adequado ou consultas com especialistas, simplesmente essas  pessoas ficaram retidas. Além do que o sistema de regulação não tem a transparência que deveria ter. O que nós pretendemos, se o povo achar que nós devemos ganhar, é fazer um estudo técnico do que fica mais represado, de quais especialidades têm mais problemas e vamos ver a ampliação dos leitos, reestruturar a assistência à saúde no interior, investindo nas santas casas e nos hospitais que já existem, melhorando a qualidade.  Tem muito a se fazer. No dia-dia nós vemos falta de exames, falta de material, equipes incompletas em várias unidades. Tem muito para ser feito. Temos muito trabalho a fazer e gostaríamos que a população nos desse essa oportunidade.

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