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CAGED DE MAIO APONTA LENTA RECUPERAÇÃO DO MERCADO DE TRABALHO BAIANO

Redação - 21/06/2018 19:22

Por: Luiz Souza

A geração de 5.935 postos de trabalho formais no mercado de trabalho baiano em maio pode ser fonte de um otimismo moderado, inconvenientemente localizado entre a incerteza e a desconfiança. Ainda que tenha sido desempenho melhor que o igual período do ano passado, quando foram geradas 2.966 postos, ainda parece ser cedo para comemorar.

Apenas para se ter uma idéia da dimensão do buraco no qual se encontra o mercado de trabalho baiano, basta nos referirmos ao período 2015/2016, no qual foram eliminadas cerca de 149 mil empregos formais no Estado. As informações são constantes do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), divulgado pela Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Na Bahia, os dados são analisados pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia vinculada á Secretaria Estadual do Planejamento (Seplan).

Maio significou o quarto mês seguido de desempenho positivo do mercado baiano no que tange às vagas com carteira assinada. Ainda assim, o desempenho do mês passado foi concentrado na agropecuária, que contratou 4.368 pessoas, seguida de longe e segundo lugar pela Indústria de Transformação, com a geração de 1.363 postos. Voltando á pecuária, a cultura do café respondeu pelo saldo positivo de 2.513 vagas, o que demonstra a concentração das vagas em poucos ramos da atividade econômica.

O coordenador de Pesquisas Sociais da SEI, Guillermo Etkin, observa que o atual momento consiste numa lenta recuperação do mercado de trabalho. A geração de vagas concentrada na agropecuária, por sua vez, é demandada pela safra recorde, aguardada pelos agricultores baianos, e a saída do período de estiagem, o que torna otimista a previsão para as principais lavouras da agricultura baiana.

Por outro lado, um setor como a construção civil, que emprega em larga escala a pessoas sem muita instrução formal, continua eliminando vagas, com saldo negativo de 392 pessoas desligadas dos seus empregos em maio.

O setor de construção ainda patina, dada a retração dos investimentos em políticas habitacionais, como o Minha Casa, Minha Vida e a pouca efetividade de iniciativas como o aumento de 70% para 80% do total financiado pela Caixa Econômica (CEF) na aquisição de imóveis, iniciativa que beneficia apenas aos funcionários públicos.

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