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GREVE DOS CAMINHONEIROS EXPÕE O DESPERDÍCIO DE ALIMENTOS

Redação - 26/05/2018 12:03

O desperdício de alimentos se tornou pauta obrigatória durante esta greve (seria melhor dizer locaute?) dos caminhoneiros. Mesmo que tudo terminasse agora, mesmo que os caminhões passassem a circular livremente a partir do minuto seguinte a um acordo efetivo que deixasse as partes satisfeitas, assim mesmo haveria um grande, talvez incomensurável, montante de alimentos sendo jogados fora.

Imaginem, por exemplo, um caminhão que está há quatro dias na estrada cheio de tomates. Ou de batatas, ou de chuchus, inhames… Esses ou quaisquer outros produtos que tenham sido retirados da terra e que estejam dentro de um compartimento fechado, mercê de temperaturas não naturais. É claro que não sairão do cativeiro direto para a gôndola dos supermercados ou feiras-livres. Estarão passados, talvez com fungos, amassados, ou seja, nada convidativos para consumo.

Isso, para não falar do pior: cargas vivas. Animais que estão sendo transportados, segundo uma das muitas reportagens que tenho acompanhado sobre a greve, estão há dias sem alimentação adequada, o que é mais do que desperdício, um crime que só a humanidade tem coragem de cometer contra um ser vivo.

Preciso acreditar que muitos dos transportadores já tomaram providências com relação a isso. Mas o gesto de caminhoneiros que ontem jogaram 500 mil litros de leite em parte da pista e acostamento da rodovia MG-050, em Passos, Minas Gerais, é emblemático. Será este o fim de outras toneladas de alimentos? Terão, ao menos, já aberto as caçambas e distribuído a quem precisa? Pode ser que não. O desperdício de alimentos é algo que nem sempre é considerado uma grave falha, como deveria.

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